domingo, 1 de maio de 2011

Educadores Brasileiros

Anisio Teixeira

12/07/1900 – Anísio Teixeira nasce em Caitité/BA. Filho de Deucleciano Pires Teixeira e Ana Maria Espínola Teixeira.
Em Caitité Anísio faz o curso primário no Colégio São Luís, que era da Ordem dos Jesuítas.
Em Salvador, estuda no Colégio Antônio Vieira, em regime de internato e pensa em entrar para Companhia de Jesus, o que não se concretizou.

1922 – Formou-se, em 1922, na Faculdade de Direito da Universidade do Rio de Janeiro (atual Faculdade de Direito da UFRJ), dois anos depois foi nomeado pelo Governador Góes Calmon Inspetor Geral de Ensino da Bahia - cargo equivalente hoje ao de Secretário da Educação.
1925 – Viaja para a Europa, onde observa o sistema educacional de diversos países - implementando em seguida várias reformas no ensino no Estado da Bahia.
1927 – Anísio Teixeira vai aos Estados Unidos, comissionado pelo governador da BA. Realiza visitas a escolas americanas e se impressiona com as estruturas escolares Norte-Americanas. Tem contato com as idéias do filósofo e pedagogo John Dewey (pragmático – preparar o indivíduo para o mundo).

1928 – Anísio retorna aos Estados Unidos para cursar Pós-Graduação no Teacher’s College da Universidade de Columbia em Nova York. Torna-se colega de Gilberto Freyre e passa a ter contato com os escritos de Dewey. Encontra-se também com Monteiro Lobato e redefine sua posição religiosa.

1929 – Anísio retorna à Bahia. Demite-se do cargo de Inspetor de Ensino e começa a lecionar Filosofia da Educação na Escola Normal de Salvador.

1931 – Anísio muda-se para o Rio de Janeiro. Assume a Diretoria de Instrução Pública no Distrito Federal/RJ, “vitrine para os diversos Estados da Federação”.
Cria o Instituto de Educação, responsável pela formação dos professores da rede pública e de algumas escolas experimentais.

1932 – Anísio casa-se com Emília Teles Ferreira.

1932 – Anísio é um dos signatários do Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova, escrito por Fernando de
Azevedo, em defesa de uma escola “pública, laica e obrigatória”, gerando disputas entre os educadores pioneiros e os católicos sobre os rumos da educação brasileira.

1934 – Promulgação da Constituição da República diz que o ensino religioso deve ser feito nas escolas.

1935 – Realização do projeto mais ambicioso de Anísio. Cria a Universidade do Distrito Federal - UDF, quando o Instituto de Educação ganha nível universitário integrado a ela. O corpo docente da UDF era constituído, entre outros, por Heitor Villa Lobos, Gilberto Freyre, Candido Portinari. A Universidade tem vida curta, pois é abortada pelo governo Vargas.

12/1935 – Anísio entrega sua carta de demissão do cargo de Diretor de Instrução Pública do Distrito Federal em função das pressões que vinha sofrendo por ser acusado de comunista. Refugia-se na Argentina. Anos depois volta à Bahia, dedicando-se a traduções e a exploração de manganês. No período, tem seus quatro filhos

1945 – Com o fim da Segunda Guerra, Vargas renuncia a presidência do Brasil e o país volta ao regime democrático. Otávio Mangabeira, que havia sido exilado é eleito governador da BA e convida Anísio a assumir a Secretaria de Educação e Saúde do Estado.

1946 – Assume o cargo de Conselheiro da UNESCO e assume o cargo de Secretário de Educação e Saúde da Bahia.

1950 – Anísio inaugura o Centro Educacional Carneiro Ribeiro, a Escola Parque, por ele idealizada, de
tempo integral e voltada para as populações mais carentes. A proposta era de uma escola que ensinasse o fazer.

1951 – Foi também o criador e primeiro dirigente da Campanha Nacional de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (atual CAPES), criada em 11 de julho de 1951, pelo Decreto nº 29.741, pelo presidente Getúlio Vargas, e que Anísio dirigiu até o golpe de 1964.
1961 – Foi um dos idealizadores do projeto da Universidade de Brasília (UnB), inaugurada em 1961, da qual veio a ser reitor em 1963, para ser afastado após o golpe militar de 1964.
1964 – Com o golpe militar de 1964, foi para os Estados Unidos lecionar nas Universidades de Colombia e California. Volta ao Brasil em 1966.
1971 – Faleceu no Rio de Janeiro, em 11 de março de 1971.

Obras do autor:
Aspectos americanos de educação. Salvador. Tip. De São Francisco, 1928, 166 p.
A educação e a crise brasileira. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1956, 355 p.
Educação é um direito. 2ª ed. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1996, 221 p.
Educação e o mundo moderno. 2ª ed. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1977, 245 p.
Educação e universidade. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1998, 187 p.
Educação no Brasil. São Paulo: Cia. Editora Nacional 1969, 385 p.
Educação não é privilégio. 5ª ed. Rio de Janeiro.- Editora UFRJ, 1994, 250 p.
Educação para a democracia: introdução à administração educacional. 2ª ed. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1997, 263 p.
Educação progressiva: uma introdução à filosofia da educação. 2ª ed. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1934, 210 p.
Em marcha para a democracia: à margem dos Estados Unidos. Rio de Janeiro: Editora Guanabara, s.d., 195 p.
Ensino superior no Brasil: análise e interpretação de sua evolução até 1969. Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1989, 186 p.
Pequena introdução à filosofia da educação: a escola progressiva ou a transformação da escola. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1968, 150 p.
TEIXEIRA, Anísio e ROCHA E SILVA, Maurício. Diálogo sobre a lógica do conhecimento. São Paulo: Edart Editora, 116 p.

Fernando de Azevedo

2 /4/1894 – Fernando de Azevedo nasce em São Gonçalo do Sapucaí/MG em 2 de abril de 1894.
1914 – Abandonou a vida religiosa e ingressou na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro
1916 – Aos 22 anos, voltou para Minas Gerais onde passou a atuar como professor substituto de latim e psicologia no Ginásio do Estado em Belo Horizonte.
1917 – Mudou-se para São Paulo, ingressando no jornalismo como crítico literário, no jornal O Estado de S. Paulo.
1918 – Conclui o curso de Direito.
1923-1926 – Tonrou-se redator e crítico literário de O Estado de S. Paulo em 1923, jornal em que organizou e dirigiu, em 1926, dois inquéritos um sobre a arquitetura colonial, e outro sobre Educação Pública em São Paulo, abordando os problemas fundamentais do ensino de todos os graus e tipos.
1927-1930 – Azevedo foi diretor geral da Instrução Pública do Distrito Federal. No Distrito Federal, nesse período, projetou, defendeu e realizou uma reforma de ensino baseada no modelo da Escola Nova. Traçou e executou um largo plano de construções escolares, entre as quais as dos edifícios na rua Mariz e Barros, destinados à antiga Escola Normal, hoje Instituto de Educação.
1931 – Fundou em 1931, e dirigiu por mais de 15 anos, na Companhia Editora Nacional, a Biblioteca Pedagógica Brasileira (BPB) e a Coleção Brasiliana.
1932 – Foi o redator e signatário do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova (A reconstrução educacional no Brasil), em que se lançaram as bases e diretrizes de uma nova política de educação.
1933 – Tornou-se Diretor Geral da Instrução Pública do Estado de São Paulo. Em 1933, quando Diretor Geral da Instrução Pública do Estado de São Paulo, promoveu reformas, consubstanciadas no Código de Educação.
1934 – Azevedo foi um dos organizadores da Universidade de São Paulo, dirigindo o Instituto de Educação e ocupando a cadeira de Sociologia na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras.
1933-1938 – diretor do Instituto de Educação da Universidade de São Paulo.
1935-1960 – Foi um dos fundadores da Sociedade Brasileira de Sociologia, de que foi presidente, desde sua fundação, em 1935, até 1960.
1938 – Foi presidente da Associação Brasileira de Educação e eleito presidente da VIII Conferência Mundial de Educação que deveria realizar-se no Rio de Janeiro.
1941-1943 – Atuou como Diretor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de São Paulo e foi também o primeiro ocupante da cadeira de Sociologia na Universidade. Como Membro do Conselho Universitário atuou por mais de doze anos, desde a fundação da Universidade de São Paulo.
1943 – Publicou o livro A cultura Brasileira, composto por três volumes, a título de introdução do Recenseamento que estava sendo realizado no Rio de Janeiro.
1947 – Tornou-se Secretário da Educação e Saúde do Estado de São Paulo.
1950-53 – Eleito no Congresso Mundial de Zurique (1950) vice-presidente da International Sociological Association, assumiu com os outros dois vice-presidentes, Morris Ginsberg, da Inglaterra, e Georges Davy, da França, a direção dessa associação internacional por morte de seu presidente, Louis Wirth, da Universidade de Chicago.
1956-1960 – Atuou como Diretor do Centro Regional de Pesquisas Educacionais, que ele instalou e organizou.
1961 – Tornou-se Secretário de Educação e Cultura no governo do prefeito Prestes Maia.
1966 – Volta ao jornalismo escrevendo para vários jornais nacionais.
1967 – Em 10 de agosto de 1967 foi eleito para a cadeira 14 da Academia Brasileira de Letras, sucedendo a Antônio Carneiro Leão. Foi recebido em 24 de setembro de 1968 pelo acadêmico Cassiano Ricardo.
18/9/1974 – Faleceu em São Paulo.
Obras do autor:
Da educação física, seguido de Antinous Estudo de cultura atlética e a evolução do esporte no Brasil (1920); No tempo de Petrônio (1923); Ensaios (1924); Jardins de Salústio À margem da vida e dos livros, ensaios (1924); Páginas latinas, ensaios (1927); Máscaras e retratos Estudos críticos e literários sobre escritores e poetas do Brasil (1929); A reconstrução educacional no Brasil (1932); A educação na encruzilhada Problemas e discussões. Inquérito para O Estado de S. Paulo (1926); Novos caminhos e novos fins A nova política da educação no Brasil (1935); A educação e seus problemas, 2 vols. (1937);A cultura brasileira (1943); Princípios de sociologia, 8. ed. (1958); Sociologia educacional, 5. ed. (1958); Canaviais e engenhos na vida política do Brasil Ensaio sociológico sobre o elemento político na civilização do açúcar (1948); Um trem corre para o oeste Estudo sobre a Noroeste do Brasil e seu papel no sistema de viação nacional, 2a ed. (1958); A cultura brasileira, 3 vols. (1943); Na batalha do humanismo Aspirações, problemas e perspectivas, 2a ed. (1958); A educação entre dois mundos Problemas, perspectivas e orientações (1958); Figuras do meu convívio, ensaios (1961); A cidade e o campo na civilização industrial e Outros ensaios (1962); História da minha vida, memórias (1971).

Prêmios recebidos:
Prêmio Machado de Assis da Academia Brasileira de Letras (1943); Cruz de Oficial de Legião de Honra, da França (1947); Prêmio de Educação Visconde de Porto Seguro, conferido pela Fundação Visconde de Porto Seguro, de São Paulo (1964); Prêmio Moinho Santista (1971) em Ciências Sociais. Pertenceu à Academia Paulista de Letras.

Lourenço Filho

1897 – Lourenço Filho nasceu em Porto Ferreira, interior de São Paulo, em 10 de março de 1897.

1917-1927 – Diplomou-se na Escola Normal Secundária de Pirasununga, em 1917. Matriculou-se na Faculdade de Medicina para estudar psiquiatria mas abandonou após dois anos. Em 1919, ingressou na Faculdade de Direito de São Paulo, vindo a bacharelar-se em 1929.

1920 – Passa a lecionar na Escola Normal Primária de São Paulo.

1921 – É nomeado para a cátedra de Psicologia e Pedagogia da Escola Normal de Piracicaba e funda a Revista de Educação, que recebe seus primeiros artigos.

1922 – A convite do governo cearense, assume o cargo de Diretor da Instrução Pública do Ceará e leciona na Escola Normal de Fortaleza.

1931 – Atuação no Ministério da Educação e Saúde, criado em 1930. Auxilia na Reforma de Anísio Teixeira.

1932 – Atua como um dos signatários do Manifesto dos Pioneiros da Educação pela Escola Nova.

1937 – Ocorre o Golpe do Estado Novo, mas Lourenço Filho permanece no Ministério da Educação e Saúde no Governo de Getúlio Vargas.

1938-1946 – Atuou como Diretor do Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos.

1947-1961 – Elaboração de uma primeira lei de educação geral no Brasil, proclamada em dezembro de 1961, Lei de Diretrizes e Bases (LDB – nº 4024). Lourenço Filho é chamado a presidir a comissão que vai elaborar o primeiro ante-projeto da lei. Este projeto se perde.


1970 – Faleceu no Rio de Janeiro em 3 de agosto de 1970.


Obras do autor:
Educação comparada. São Paulo: Melhoramentos, 1961, 294 p.
Estatística e educação. Rio de Janeiro: Serviço Gráfico do IBGE, 1940, 23 p.
Introdução ao estudo da Escola Nova. São Paulo: Melhoramentos, 1978, 271 p.
A criança na Literatura Brasileira. São Paulo: Melhoramentos, 1948.
Introdução ao estudo da Escola Nova. São Paulo: Melhoramentos, 1978, 271 p.
Organização e administração escolar: Um curso básico. São Paulo: Melhoramentos, 1963, 288 p.
Psicologia educacional. São Paulo: Melhoramentos.
Psicologia de ontem e de hoje. São Paulo: Melhoramentos.
Tendências da educação brasileira. São Paulo: Melhoramentos, 1940, 164 p.
Testes ABC para verificação da maturidade necessária à aprendizagem da leitura e escrita. São Paulo: Melhoramentos, 1969, 200 p. (inclui material para aplicação dos testes).

Questões:

O que propõe o Manifesto dos Pioneiros da Educação?

Como compreender as três dimensões da Escola Nova no Brasil: pedagógica, política e finalista?

O que os debates sobre a Escola Nova e a atuação desses sujeitos nos permitem pensar sobre as disputas atuais na arena educacional?

Nenhum comentário: